domingo, 17 de outubro de 2010

História resumida de Cajati

A história de Cajati tem sua origem na segunda década do século XIX , com a chegada, no Porto de Cananéia, de alguns jovens portugueses, dentre eles, Matias de Pontes. Na sua busca por ouro, Matias mais um índio chamado Botujuru, foram desbravando e explorando a mata adentro, por onde ninguém jamais havia passado. Para poderem caminhar, precisavam abrir muitas picadas, pois a mata era muito densa e sua vegetação cruzava sobre o rio estreito e profundo, impedindo, assim, a sua penetração. Daí surgiu a idéia de construírem uma canoa para navegarem sobre o rio, que mais tarde se chamaria Canha. Logo descobriram que esse rio mais parecia um ribeirão, pois desembocava em outro rio bem maior e mais fundo. Ao subirem o rio, encontraram uma bela prainha, onde surgiu a idéia de montar um acampamento. Durante uma noite turbulenta sob um temporal, tiveram que abandonar o acampamento às pressas, dirigindo-se para o alto (esse lugar é atualmente a Praça Matriz de Jacupiranga).
A aventura continuou e desta vez, pelo rio adentro. Matias queria conhacer a região, porém Botujuru, ao contrair maleita, veio a falecer, sendo o primeiro ser humano a ser enterrado no lugar. Matias e outros apossaram-se de duas glebas de terra: o acampamento e outra localizada rio acima, onde havia uma pequena cachoeira, que por essa razão, passou a ser chamar Cachoeira (atualmente Cajati). Logo em frente, estava a Serra do Guaraú. Matias prosseguiu as investidas nas proximidades do rio, colocando nomes nos lugares, sendo Cachoeira o seu favorito. Para a canoa se deslocar, tiveram que abrir um canal em que Matias residiu por mais de 50 anos. Outros lugares foram denominados como: Pouso Alto, pelo fato de dormirem numa árvore por medo das feras; Rio Azeite, por encomtrarem uma enorme pedra, na qual um garrafão de azeite de mamona foi quebrado e ao se referirem ao rio, vinha a lembrança do azeite derramado; Lavras, pelo fato encontrarem vestígios de pessoas que lá haviam passado e lavrado uma canoa (era o termo atribuído, quando se fazia uma canoa trabalhando a madeira bruta).
Na década de trinta, o Brasil tinha grande falta de cimento e fertilizantes e suas necessidades eram atendidas por importação. A comprovação da existência de calcário e apatita nas rochas de um vulcão extinto, feita pelo Dr. Theodoro Knecht, levou o Grupo Moinho Santista, que naquela época fabricava apenas tecidos, a pedir autorização ao governo brasileiro, para explorar o calcário das jazidas locais. Em 1938, foi-lhe concedido o direito de lavra (exploração) de calcário e apatita no Morro da Mina, iniciando, no ano seguinte, as suas atividades.
Foi necessário construir uma estrada de ferro, que levasse a apatita da mina, pela margem esquerda do Rio Jacupiranga, à sede do Município. Numa segunda etapa, era transportada até o Porto de Cubatão em Cananéia e, em seguida, levada em barcos até Santos, para novamente por ferrovia, chegar à São Paulo.
Texto do Livro "Uma Vereda no Vale" de Josepha P. Chiavelli

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