sábado, 19 de março de 2011

As Placas Tectônicas no Japão

O Japão está localizado junto da plataforma continental Eurasiática e das placas do Pacífico e das Filipinas, o arquipélago está sujeito a grandes movimentos tectónicos. Provavelmente, as ilhas são o resultado de uma série de movimentos orogénicos1) que empurram as montanhas e não o produto de uma simples erupção da crosta terrestre. A sua origem geológica data pelo menos do Período Silúrico da Era Paleozóica, há cerca de 408 milhões de anos, e as movimentações da crosta ainda continuam.
 
O Anel de Fogo do Pacífico, assim designado devido à concentração de aparelhos vulcânicos activos nesta faixa que contorna parcialmente o oceano Pacífico, é também caracterizado por intensa sismicidade. Na maior parte, esta sismicidade está associada às fossas abissais (representadas a azul), isto é, às zonas de subducção. Estas têm como expressão morfológica superficial não só as fossas, mas também os arcos vulcânicos paralelos a essas fossas, localizados nas placas subductantes. Por essa razão, embora não estejam assinalados no mapa, os arcos vulcânicos localizam-se sempre junto às fossas, mas do lado do continente.
Geologicamente, o Japão está dividido em duas zonas: nordeste e sudoeste. A zona nordeste é formada por rochas estratificadas do Período Neogénico da Era Cenozóica. Os sismos são mais violentos nesta zona. A zona sudoeste surgiu num Período mais recente. A maior parte das rochas estratificadas nesta zona formou-se durante os Períodos do Paleozóico ou do Mesozóico. Há menos vulcões nesta zona do Japão e toda a actividade vulcânica tende a concentrar-se junto ao mar do Japão e em Kyushu. A actividade sísmica é menos violenta.
Existem numerosos vulcões (54 em actividade) devido ao facto de o Japão se localizar numa das zonas geologicamente mais activas da Terra, o que está, também, na origem de numerosos sismos e maremotos (tsunamis) que ocorrem no país.
 
As principais ilhas do Japão são Hokkaido, no extremo norte (83 514 km2); Honshu, no centro (230 948 km2); Shikoku, no centro-sul (18 798 km2); e Kyushu, no sul (44 358 km2). Destacam-se ainda as ilhas Ryukyu, no extremo sul do arquipélago, e Kurilas, a nordeste. Tomada ao Japão no fim da Segunda Guerra Mundial, esta última ilha encontra-se sob domínio da Rússia, embora os japoneses insistam na possibilidade de reintegrá-la em seu território.
Mais de 80% do relevo japonês, é constituído por elevados planaltos e montanhas (a maioria delas de grande altitude e situadas basicamente na região interior do país). São nessas áreas que ocorre a maior quantidade de terramotos, principalmente em Tóquio, Nagano, Shizuoka, Aichi, Gifu, Toyama, Ishikawa, Fukui, Shiga, Quioto e Osaka. Todas essas localidades situam-se no centro da ilha de Honshu, zona de extrema instabilidade tectónica, devido à elevada quantidade de falhas geológicas existentes no terreno. Os restantes 20% do território japonês são formados por relevos de planície que se localizam no litoral.

Japoneses vão estudar placas tectónicas para entender origens da vida
Cientistas japoneses vão explorar as profundezas da Terra para conhecer melhor as placas tectónicas e buscar as origens da vida até 7.000 metros abaixo da superfície. Os cientistas vão obter amostras da crosta terrestre, uma fonte de informações sobre os organismos primitivos, relacionados com o início de vida no planeta. Também irão estudar as placas tectónicas, com a esperança de conseguir, futuramente, prever terramotos.
"A colheita de amostras geológicas talvez nos permita descobrir organismos biológicos que poderiam ter existido quando nosso planeta nasceu. O estudo da crosta terrestre também dará pistas sobre a evolução climática passada e futura", disse Jun Fukutomi, do Centro de Exploração das Profundezas da Terra.
Um novo navio de exploração do fundo do mar, o Chikyu (Terra em japonês), de 450 milhões de euros, será colocado à disposição do centro no fim do mês.
As escavações em grande escala começarão em Setembro de 2007, em frente à costa do Pacífico no Japão, com uma sondagem a 3.500 metros, em um fundo marinho localizado 2.500 metros abaixo da superfície do mar.
A primeira sondagem tem o objectivo de estudar as placas tectónicas. O Japão, que fica na conjunção de quatro delas, regista em média 20% dos terramotos mais violentos do mundo. "Um conhecimento maior da interacção das placas pode nos ajudar a prever terramotos", explicou Fukutomi.
Os pesquisadores esperam poder instalar as varetas de perfuração que o Chikyu terá no fundo do mar, a 4.000 metros de profundidade, e, a partir deste ponto, cavar até 7.000 metros no interior da Terra. A perfuração sob o oceano foi preferida à perfuração terrestre porque a camada submarina permite sondagens mais profundas.
O Chikyu utiliza tecnologias semelhantes às de perfuração petroleira, mas também está equipado para se proteger de eventuais explosões, caso se choque com reservas de petróleo ou gás. O navio possui um laboratório, equipado para eliminar os efeitos dos campos magnéticos terrestres e permitir uma melhor observação.
Foto do Tsunami que devastou a costa norte do Japão

Nenhum comentário: