quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ONG denuncia degradação ambiental no Vale do Ribeira, em SP

A ONG SOS Mata Atlântica considera que os bananais às margens do Rio Ribeira são um retrato do descaso com a região, onde está 23% das áreas restantes de Mata Atlântica.
Segundo Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da fundação, a região ocupada irregularmente para a agricultura se tornou suscetível a inundações nas épocas de cheia do rio.
A região do Vale do Ribeira teve 2,1 milhões de hectares de florestas, 150 mil de restingas e 17 mil de manguezais declarados patrimônio natural da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura).
Para Mantovani, grande parte do processo de assoreamento do rio é causada pela monocultura, como a de banana, que acaba indo para dentro do curso de água.

Para Mantovani, esses problemas devem ser trabalhados juntamente com a construção da barragem para fechar o canal artificial que lança água do Ribeira dentro do estuário de Iguape, destruindo os manguezais. Ele ressalta, no entanto, que o assoreamento, e não a represa, é que causa as inundações nas várzeas do rio.

O diretor da ONG explicou que essa dinâmica predatória faz com que a riqueza natural da região do vale não se reflita em ganhos para a população local. Ele destaca que a maior parte dos municípios do Ribeira é dependente da lei estadual que destina uma parte dos recursos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) a municípios com áreas de mata preservadas.
O maior recebedor desse créditos é Iguape, onde o financiamento corresponde a aproximadamente 12% da receita. Até setembro de 2010, o município havia recebido cerca de R$ 3,6 milhões por meio do ICMS ecológico. O cultivo de banana na cidade é responsável pela movimentação de R$ 1,7 milhão ao ano, de acordo com o Censo Agropecuário de 2006.

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