sábado, 24 de setembro de 2011

Sal de cozinha: Vilão ou aliado?


Créditos: Divulgação
Por Indiana Crislei *

Existem diversos tipos de sal, mas o mais popular é o cloreto de sódio, conhecido como sal de cozinha. Ele é um dos temperos mais usados pelas donas-de-casa no preparo dos alimentos e também o responsável por diversas doenças do coração se consumido em excesso.

O médico cardiologista Alfredo Soares Júnior atua na área há mais de 30 anos e explica que o sal é importante para a transmissão de impulsos nervosos, no entanto, a ingestão exagerada causa a hipertensão. ”Nas regiões que consomem muito sal, os índices de hipertensão são mais altos à medida que as pessoas envelhecem”, informa.

A estudante de farmácia Mayara Ferri Fonseca, de 24 anos, diz que esse tipo de condimento deve ser evitado na preparação dos alimentos. “Procuro poupar a utilização desse tempero, acostumei a não comer sal. Mesmo não tendo nenhum problema cardíaco, não consigo saborear algo salgado”, revela. Já para a assistente de cadastro, Rita Figo, de 40 anos, não comer sal deixa a comida sem graça. Ela conta que, por ser hipertensa e ter uma criança em casa, costuma evitar o tempero, mas confessa que não conseguiu tirá-lo totalmente da sua alimentação.

Como a maioria das pessoas já sabe, algumas doenças são causadas pelo uso abusivo do sal. Muitas delas são reações das doenças do coração, ou seja, uma provoca a outra e assim por diante. “O rim tem uma capacidade limitada para filtrar e excretar o sal. Quando o consumo é muito alto, o rim trabalha sob uma pressão maior e pode ter seu funcionamento comprometido. A hipertensão é uma das principais causas das doenças renais crônicas. Ingerir em demasiado esse tempero aumenta os riscos de cálculo renal, que é a formação de pequenas pedras nos rins”, explica. “O mesmo vale para problemas digestivos. Estudos mostram que o excesso de sal pode causar bronco espasmo, piorando quadros de asma”.

Segundo o médico, o tratamento para as enfermidades como a hipertensão é simples. É feito apenas com medicamentos apropriados, receitados por um especialista. “A hipertensão é uma doença que não tem cura, mas pode-se, através de tratamento, manter controlados os níveis de pressão arterial”, conta. Conforme explica, para as pessoas que já passaram por algum problema causado pelo excesso do sal, o consumo deve ser restrito.

Sem vilões
Algumas pessoas acham que só o sal em si é que faz mal. Não se dão conta que os alimentos, principalmente os industrializados, já vêm com o tempero. Biscoitos, wafer, salsichas, sopas em pó, congelados em geral, refrigerantes diet, azeitonas... Tudo isso já vem com sal, por isso é preciso ter cuidado. “Eu costumo evitar o sal utilizando alho, cebola, gengibre, orégano e shoyo, entre outros temperos”, diz a estudante Mayara, esquecendo que shoyo também contém sal.

Mas o sal não deve ser transformado em um vilão. O consumo diário moderado é essencial para suprir as necessidades de iodo do organismo. Ele é o único alimento que, obrigatoriamente, contém a substância. “A recomendação é que adultos ingiram de quatro a seis gramas de sal por dia”, comenta o cardiologista. E acrescenta que, mais do que apenas reduzir o sal, o importante é seguir as regras que muitos já conhecem e se esquecem de praticar: “Manter o peso ideal, evitar bebidas alcoólicas, fazer dieta saudável, controlar o estresse, fazer exames periódicos, aferir a pressão com freqüência e praticar atividade física”. E isso vale pra todo mundo.

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