sábado, 10 de dezembro de 2011

Muitas de nossas heranças históricas e culturais provêm do legado que Roma deixou para o mundo como modelo de organização político-social. Quando a cidade passava por um intenso fluxo de camponeses que migraram até a capital em busca de emprego, o Imperador Comodus criou a Política de Pão e Circo. Tinha por objetivo maior dar comida e diversão à plebe romana para que desta forma esquecessem seus problemas e não conspirassem contra o Imperador criando revoltas.
Bem sucedida ou não, a política de Comodus virou referência a toda e qualquer ação dos governos que usam deste artifício para minimizar os problemas sociais, explorando a diversão e dando alimento aos que mais necessitam. Há de refletir sobre os dois lados que estão questão aparenta. Vamos trazer para a realidade brasileira o programa realizado na Antiga Roma no início do século I d.C.
Todo plano de governo deve objetivar suprir as necessidades básicas da população, entre elas educação, saúde, moradia e alimentação. O governo federal tem como carro chefe da sua gestão o Bolsa Família que é um repasse de recursos a famílias carentes mediante conceitos pré-estabelecidos para o recebimento mensal dos valores. De posse desses recursos a primeira necessidade a ser suprida é a de alimentação. Num país de extensão continental e com um elevado índice de desnutrição e desigualdade social, e no mínimo injusto e desumano afirmar que um programa social com tal objetivo seja tachado como “obra eleitoral”.
O pão no Brasil não tem o cunho como o criado em Roma, porém não deve ser a diretriz básica para um país que deseja estar inserido como Primeiro Mundo.
Com relação ao circo vou trazer o texto para a realidade local. É comum ouvirmos que o nível de aprovação de uma administração pública é medido entre outros fatores pela quantidade / qualidade de festas que a mesma realiza para sua população. Como no caso do pão, também não se pode negar que o entretenimento faz parte das necessidades de uma população, porém não compõe a família das prioridades. Há de se afirmar então que o entretenimento está abaixo da educação, saúde, moradia e alimentação e ao lado da cultura, esporte e lazer.
Toda administração pública deve manter suas prioridades governamentais e elencar ações que tragam ao seu povo bem estar social. Portanto é importante para qualquer governo investir no circo, pois proporciona alegria, descontração e acima de tudo renda.

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